domingo, 16 de outubro de 2011

Judas Priest: estamos no fim, mas o Heavy Metal permanecerá

No início desta semana, o site Beyond The Dark Horizon conduziu uma entrevista com o baixista Ian Hill do JUDAS PRIEST. Alguns trechos da conversa seguem abaixo.

Beyond the Dark Horizon: Algumas seleções de cada álbum do Judas Priest serão executadas nesta turnê. Sendo o membro fundador do Priest, é estranho para você viajar de volta ao passado e desenterrar faixas antigas que vocês não tocavam mais nesses últimos anos? "Never Satisfied" do álbum "Rocka Rolla" é um exemplo perfeito.

Ian Hill: É engraçado. Você começa a olhar para o passado e pensa: "Uau, nosso primeiro álbum saiu em 1974". Mas sim, vamos fazer uma música de cada álbum. E quando você olha para trás, em alguns desses álbuns, você descobre que existem algumas músicas que você até já se esqueceu. Temos muito material decente, e é extremamente difícil montar um set list. Para cada música antiga que temos, teremos que deixar de lado alguma favorita de algum fã. É um verdadeiro pesadelo, mas nós conseguimos, estamos tocando músicas do "Rocka Rolla" até o "Nostradamus".

Beyond the Dark Horizon: Muitos críticos e fãs estão apenas se preocupando com termos como "adeus" ou "aposentadoria", isso não sai da cabeças deles, mas, na realidade, a banda ainda irá muito além do horizonte. Glenn «Tipton, guitarrista» mencionou que será "o começo do fim".

Ian Hill: É mais um "recuo", não um adeus ou uma despedida. Nós estamos sentindo apenas o peso das turnês mundiais, isso está nos afetando. Todos nós realmente amamos o que fazemos, e o fato de não podermos fazer mais isso é terrível! Nós amamos isso. Nós nunca quisemos matar a banda. Mas isso não significa que esta será a última vez que estaremos em um palco, no futuro planejamos fazer vários shows ainda, para ganharmos mais algum tempo, e neste longo prazo eu acho que prolongará a vida da banda. Fazer isso pode nos dar alguns anos a mais, porque nós amamos isso.

Beyond the Dark Horizon: Será que a contratação do guitarrista Richie Faulkner mudou o panorama da banda? Teve um sentimento de revitalização? Sangue novo pode alimentar a alma e aumentar a chama.

Ian Hill: Definitivamente, ele é jovem «risos». Ele tem entusiasmo e está se movendo conosco. Há um grande futuro com ele porque ele é talentoso e um grande cara. Foi ótimo encontrá-lo, tivemos muita sorte. Seria difícil continuar sem alguém do seu calibre.

Beyond the Dark Horizon: Estando neste negócio por 40 anos ou mais, qual a lição mais importante que você aprendeu?

Ian Hill: Tolerância e otimismo. Essas são as duas coisas que você tem que ter. Temos sorte que somos todos amigos. É muito importante ter essa amizade. Se você tiver alguém que você realmente não se dá bem na banda, então fica difícil. Nos damos bem, nós somos grandes amigos, com os mesmos objetivos e ambição para seguir em frente. É importante que você tolere regalias e pessoas interesseiras, e infelizmente o mundo está cheio delas.

Beyond the Dark Horizon: Estão falando que o Judas Priest já começou a trabalhar no novo álbum. Como estão indo as canções?

Ian Hill: Foi surgindo em passos lentos, por causa da turnê, mas Glenn e Rob «Halford, vocalista» criaram ótimas idéias juntos. Isso foi antes de Richie entrar na banda para esta turnê, vamos ver como será sua entrada no álbum. Uma vez que nós entramos de cabeça no estúdio para completar o álbum. Vai ser um álbum tradicional, agora que chegamos em um conceito. Terá várias partes de metal clássico, assim como "Angel Of Retribution". Continuaremos de onde paramos. Estamos animados, teremos o bom e velho metal neste álbum.

Beyond the Dark Horizon: Como você vê o futuro do heavy metal? Você acha que existem bandas hoje em dia, que podem segurar a tocha que o Judas ocupou por mais de quatro décadas?

Ian Hill: Eu tenho certeza que existe, mas as bandas vêm e vão tão rapidamente nos dias de hoje. No mesmo instante que você descobre uma, logo desaparecem. É uma questão difícil de responder, bandas como AC/DC, IRON MAIDEN e o Judas, todos nós, estamos chegando ao final de nossas carreiras mas o heavy metal permanecerá vivo. É um gênero popular e nunca pode acabar. Quando chegar o nosso fim, outras bandas irão aparecer e estabelecer-se, e essa nova geração poderá manter o heavy metal sempre vivo.

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